Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou julgamento de mais duas ações contra o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e seu vice nas eleições, Walter Braga Netto, por possível abuso de poder e conduta vedada ao agente público nas comemorações de 7 de setembro de 2022.
O novo julgamento está marcado para acontecer em 24 de outubro. As ações são de autoria do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e da senadora Soraya Thronicke (Podemos), que também concorreu nas eleições de 2022 ao cargo de presidente.
Na acusação, o ex-presidente e seu vice são acusados de se aproveitarem das cerimônias oficiais de 7 de Setembro para realizar campanha eleitoral. “Na medida em que se favoreceu das verbas públicas, do pessoal e material da União nesses eventos, teria praticado também conduta vedada”, diz o processo.
Ainda de acordo a acusação, Bolsonaro e diversos aliados veicularam posts convocando a população a comparecer nos eventos relacionados ao dia 7 de Setembro, com mensagens que deixariam “bastante claro que sua convocação não era para o povo brasileiro comemorar o bicentenário da independência, mas para demonstrar a força de sua plataforma político-eleitoral”.
A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) manifestou-se a favor de condenar, novamente, Jair Bolsonaro (PL) e torná-lo inelegível. O parecer deste domingo (15) é do procurador-Geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco. Gonet Branco afirmou que Bolsonaro “preenche todos os pressupostos para a aplicação da pena de inelegibilidade”.
Ainda segundo Gonet, há provas suficientes de que o ex-presidente realizou “desvio de finalidade no uso da estrutura da administração para obter vantagem eleitoral, elemento do tipo de abuso de poder político”. Já em relação à Braga Netto, o vice-procurador definiu que “não há prova da participação do candidato a Vice-Presidente Walter Braga Neto nos fatos narrados, nem da sua anuência a eles”. Sendo assim, o procurador entendeu que o candidato à vice de Bolsonaro não pode sofrer a pena da inelegibilidade pelo abuso de poder político.