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“Tempos desafiadores”, diz Marina Silva sobre novo governo de Donald Trump; confira nota

Foto: Reprodução

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), foi a primeira integrante do 1º escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a fazer duras críticas ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse nesta segunda-feira.

Nas redes sociais, a ministra criticou Trump por, novamente, retirar os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris.

“Embora fosse algo já esperado, pelo que defendeu na campanha presidencial, vejo com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o Green New Deal, tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis”, disse a ministra.

Em seu discurso, Trump afirmou que irá encher as reservas estratégicas ‘até o topo’ e exportar energia para todo o mundo. “Seremos uma nação rica novamente. E esse ouro líquido que temos sob os pés é o que nos vai ajudar a fazê-lo. Vamos acabar com este mandato de veículos elétricos para salvar novamente os trabalhadores automotivos do nosso país”, declarou.

Confira a nota de Marina Silva:

“Nota da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, sobre o discurso de posse do presidente dos EUA, Donald Trump

“Em seu discurso de posse, o presidente Donald Trump começou a confirmar os prognósticos mais pessimistas sobre os tempos desafiadores que virão. Seus primeiros anúncios vão na contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia.

“São o avesso da política guiada pelas evidências trazidas pela ciência e do bom senso imposto pela realidade dos eventos climáticos extremos que ocorrem, inclusive, em seu próprio país.

“Embora fosse algo já esperado, pelo que defendeu na campanha presidencial, vejo com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o Green New Deal, tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis.

” Importante recordar que os planos do governo Biden para energia renovável, infraestrutura e industrialização verde contaram com o apoio dos republicanos no Congresso. Além de reestruturar a matriz energética e reduzir o custo da energia, foram concebidos para criar empregos e aumentar a segurança energética do país.

“Sobre o Acordo de Paris, é fundamental lembrar que os EUA são o segundo maior emissor global de gases de efeito estufa e, portanto, têm grandes e inadiáveis responsabilidade a cumprir.

“Nem a própria população dos EUA aceitará qualquer omissão, pois enfrenta no cotidiano os efeitos da emergência climática.

“Resta trabalhar para que a governança climática, hoje mais madura e robusta do que no primeiro governo Trump, crie anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista, que já inflaciona decisões políticas e empresariais na direção oposta de compromissos firmados anteriormente. No mesmo sentido, terá relevância o modelo federativo dos EUA, que dá liberdade para que os estados adotem suas próprias medidas e assumam compromissos climáticos.

“Serão tempos desafiadores para o mundo inteiro. Resta enfrentá-los com informação, compromisso com a vida e capacidade de negociação política.”

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