Sobrevivente do ataque que deixou três médicos mortos no Rio de Janeiro, o ortopedista Daniel Proença falou pela primeira vez após o ataque.
Segundo Proença, os médicos inicialmente pensaram que os tiros se tratavam de fogos de artíficio. “Eu estava de costas. Inicialmente comecei ouvir as explosões. O Fluminense tinha se classificado para semifinal da Libertadores, tinha passado um carro na orla, soltando fogos. Quando eu comecei a ouvir os disparos, eu confundi eles com fogos, e senti o calor nas costas”, disse.
O ortopedista também falou que a pior parte do ataque foi ver seus amigos mortos.
“Ver a execução. No momento do crime, exatamente, eu cheguei a ver meus amigos executados e sabia que eu perdi os três. O doutor Corsato, quando olhei para o lado, já estava evidente que ele não respondia, já estava na cadeira com os braços esticados. O Perseu vi ele tentando fugir, aí infelizmente o executor esticou o braço direito e disparou alguns tiros, ele parou de se mexer, e eles foram embora. O Diego começou a gritar”, completou se referindo a Diego Ralph, que chegou a ser atendido em um hospital, mas não resistiu.
Por fim, Proença também falou sobre como ele usou seu conhecimento médico para se salvar.
“Naquele momento eu estava frio, em relação que eu estava com um pensamento de médico sobre mim, então eu estava me examinando. Então eu tentei dentro do máximo possível, diminuir minha respiração, diminuir minha frequência cardíaca e ficar mais calmo”. “Tentei forçar vômito, para ver se tinha alguma perfuração abdominal. Eu via o sangue escorrendo pelo meu corpo. Eu sabia que possivelmente essa seria a principal causa daquele momento da minha luta pela vida. Foi uma violência muito grande”, finalizou.