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Portugal protagoniza uma das piores disparadas no valor da moradia na Europa. A quantidade de pessoas em situação de rua mais que dobrou desde 2017 e hoje são quase 11 mil, e cerca de 10% são estrangeiros — entre eles, brasileiros.
Algumas das pessoas em situação de rua são bem jovens e contaram que foram tentar a sorte em Portugal e acabaram empurradas para a vulnerabilidade das ruas, principalmente por falta de emprego ou emprego com salário insuficiente para o básico, como comida e um teto.
“Eu cheguei aqui pagando 200 euros no quarto. Depois subiu para 300, e ia chegar a 400. Falei não… é 50% do meu ordenado. Não tem como pagar 50% do meu ordenado para dormir num quarto compartilhado”, explicou Andreia Costa, que hoje mora num acampamento na praia de Carcavelos, uma das regiões mais valorizadas da Grande Lisboa.
Marciele, natural de Presidente Prudente, em São Paulo, veio para Portugal em busca de melhores condições de vida. Para ela – e os familiares no Brasil. Ela diz que tem conseguido economizar um dinheiro morando acampada, mas como deixou para trás um filho de seis anos, não pensa em outra coisa.
“Eu só queria juntar dinheiro para voltar, ir embora. Tenho muita vontade de voltar para o Brasil. Muita. Todo dia”.