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PONTO DE VISTA: a dupla Ba-Vi e o distinto primeiro turno do Brasileirão

Tiago Caldas/CB Bahia

O ano de 2023 marcou a permanência do Bahia e o retorno do Vitória à Elite do Campeonato Brasileiro. A espera dos Ba-Vis na Série A em 2024 foi recheada de expectativas, mas o que mostrou até aqui foi um início de competição bem distinta: o Vitória luta contra o rebaixamento, enquanto o Bahia oscila na primeira parte da tabela.

O primeiro clássico do ano, lá em abril e pela 3ª rodada, acabou empatado em 2 a 2, em jogo disputado no Barradão. Com o final do primeiro turno para ambas as equipes, o cenário inicial não é dos melhores para o Vitória, que faz campanha bem inferior ao esperado. 

Disserto sobre o time vermelho e preto abaixo.

Com apenas 15 pontos em 19 jogos, o Leão da Barra fechou a metade do campeonato dentro da zona de rebaixamento para a Segunda Divisão. Foram apenas quatro vitórias, três empates e assustadoras DOZE derrotas. Além disso, o Vitória é o time com uma das defesas mais vazadas do campeonato: são 32 gols sofridos e apenas 20 marcados. O ‘crédito’ da ascensão da B para A como campeão caiu por terra e destrói a confiança do torcedor, que tem feito seu papel no Barradão. 

A incógnita e que incomoda é: será que o Vitória vai conseguir permanecer na Elite? 

Contratações questionáveis, demissão do então campeão com o time, Léo Condé – Série de 2023 e Baiano de 2024 -, críticas ao modelo de gestão, irritação geral da torcida, mas um conformismo também visto das arquibancadas: não dá para aplaudir um time que foi derrotado por mais que jogue bem. Na tábua de classificação, os aplausos não serão três os pontos necessários. Pelo contrário, ridiculariza e o coloca na Série B, caso o campeonato terminasse hoje. 

A vinda de Thiago Carpini não tem dado resultado em campo: o time não se acerta e o resultado final quase sempre é derrota. 

O acúmulo delas, inclusive, dá ao rubro-negro o status de pior campanha desde a última vez que caiu para a Série B em 2018. Naquela temporada, o Vitória foi rebaixado na 19ª posição, com 37 pontos ganhos e só conseguiu somar mais quatro resultados positivos em todo segundo turno. 

Para mudar o contexto atual, o Leão precisará garantir ao menos mais 30 pontos para chegar aos tão sonhados 45 que, segundo os matemáticos da UFMG, garantem em mais de 95% as chances de um time se manter na Série A. 

Rubro-negros, preparem o terço. Vão precisar!

Já pelo lado Tricolor…

Sob o comando de Rogério Ceni, o primeiro semestre não foi dos melhores. A perda do título Baiano para o maior rival e a eliminação precoce na Copa do Nordeste para o CRB, colocou em voga o trabalho do treinador, que logo deu a volta por cima no Campeonato Brasileiro e manteve o time vivo na Copa do Brasil. 

A derrota para o Internacional no início do Brasileirão foi o suficiente para ascender o sinal de alerta que incomodava os torcedores: será que o Bahia vai brigar pelo rebaixamento mais uma vez? Ledo engano! Com um futebol vistoso, melhor ataque do Brasil na ocasião e campanha surpreendente no Nacional, o Bahia brigou sem medo com os grandes e beliscou as primeiras posições da competição até as últimas rodadas desse primeiro turno.

Em 19 jogos, são nove vitórias, quatro empates e seis derrotas, o que dá ao time comandado por Ceni 31 pontos ganhos, igualando o inesquecível – e para muitos traumático – 2019. 

As declarações sobre não contratações ligou o sinal de alerta do torcedor. O time tem um elenco curto, onde as peças de reposição não são à altura dos titulares. Bem verdade que vez-em-quando e em algumas partidas essas alterações deram certo, mas a coisa desandou e as cobranças por reforços ganharam holofotes, sobretudo nas redes sociais. 

Fora do G4 em apenas uma rodada, Ceni viu o time despencar de quarto para 7º lugar em apenas três jogos. E aí, o torcedor deve se preocupar?

A perda dos 100% de aproveitamento jogando na Arena Fonte Nova, que recebeu mais de 96 mil pessoas nos jogos contra Cuiabá e Corinthians, culminaria numa sequência de três jogos sem vencer. A pá de cal foi o empate em 1 a 1 com o Atlético Goianiense, lanterna e que não venceu nenhum outro time casa. 

Que vexame!

Pior que o resultado, é a queda de rendimento do time. É nítido: se quiser galgar algo a mais no Campeonato, o Bahia vai precisar se movimentar no mercado. E a diretoria trabalha no passinho tartaruga misturado com lesma.

O discurso muitas vezes conformista passa a impressão de que o feijão com arroz é o que de fato vai encher a barriga de milhares que lotam o estádio, torcem e sonham, também de longe, por um título expressivo que não vem há 35 anos. 

O Bahia terá a oportunidade de decidir se quer ser protagonista, coadjuvante ou um mero figurante. E nesse caso quem vai decidir é você, Cadu Santoro…

*Neison Cerqueira é jornalista e apaixonado por futebol e política.

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