Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cumpre agente de compromisso na Alemanha, disse que “respeita” a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de ser contrário ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, mas afirmou que lutará “até o fim” para que a parceria entre os blocos seja feita. “Conversei com Macron e quero alertar que não é apenas o Macron. Nenhum presidente francês se propôs a fazer acordo com o Mercosul, porque têm problemas políticos e financeiros com os produtores franceses. Nós respeitamos a posição dele, o que não posso dizer, ainda, é que não vai assinar o acordo”, disse Lula.
O francês, com quem Lula tem uma boa relação, tem sido a principal liderança europeia a questionar publicamente o acordo, posição que não é novidade. O presidente brasileiro está em Berlim para a assinatura de acordos bilaterais com o governo alemão.
AO lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, o petista disse que seguirá os esforços para que o acordo seja assinado, mas não garantiu que ocorrerá durante o encontro do Mercosul no Rio de Janeiro na próxima quinta (7). “Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer, porque depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo é porque eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos”, declarou.
Na oportunidade, Lula brincou que iria recorrer ao alemão para convencer Macron e conversar com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei. O ultradireitista tem posições contrárias ao Mercosul, mas, como sua posse é no domingo (10), quem participará do encontro será o atual presidente Alberto Fernandez, favorável à proposta.