Foto: Divulgação/EC Bahia
Calculadora, analise, conta, terço, estaca, alho, sal grosso, arruda, reza ou oração. É preciso se apegar em alguma coisa, porque com certeza a torcida do Bahia não tem dormido direito ao longo da temporada, mas desde sábado (18), a situação ficou ainda pior. Com a derrota do Fortaleza para o Cruzeiro por 1 a 0 no Castelão, o Bahia voltou ao Z4 após nove rodadas e viu sua situação no Brasileirão se complicar ainda mais. O Esquadrão de Aço vai precisar fazer sua parte nesta sexta-feira (24), diante do Corinthians, às 21h, na NeoQuímica Arena: é vencer ou vencer!
E como está o sentimento do torcedor a essa altura do campeonato e com o time correndo sérios riscos de voltar à Segundona? O Portal Primeiro Segundo ouviu alguns personagens que frequentam as arquibancadas da Fonte Nova, local onde nunca faltou vibração e apoio. Mesmo em situação indesejável, o time colocou mais de 30 mil torcedores por partida durante o Campeonato Brasileiro e tem a quarta melhor média de público da Primeira Divisão, com mais de 35 mil torcedores por partida.
Ao entrevistados, uma perguntinha básica: ‘O que te faz acreditar ou em que você se apega na permanência do Bahia na Série A?’. Eles justificaram. Confira o que disseram:
Frequentadora assídua da Fonte Nova, Ariane Souza, de 36 anos, falou com a equipe e justificou sua confiança. “Acho que é mais intuição, uma mistura com amor mesmo. Em 2021, quando caiu, no jogo contra o Galo eu sentei no chão e chorei com a certeza que o Bahia havia caído, o mesmo aconteceu em 2014 no jogo do Palmeiras, ambos na Fonte e até hoje eu não tive esse sentimento. Embora o Bahia não se ajude e nesse momento tem mais contra do que prós, ainda resta aquele 1% de Fé, não nos atletas, mas no amor e na entrega da torcida que já começou a fazer suas promessas”, contou.
Para quem vive o dia a dia do Bahia, cobrindo o clube e acompanhando as partida, o momento atual requer equilíbrio. Essa difícil missão cabe ao jornalista Lucas Cézar, de 32 anos, dono do ‘Canal do LC’. “Eu acredito na permanência, porque o Bahia sempre foi um time que surpreende nos momentos em que ninguém mais acredita nele. Me apego nos dois últimos jogos em casa que nos dá a oportunidade mais uma vez de nos salvar. A história do Bahia nos faz acreditar na superação como foram em anos passados, fico com a mística pra que o tricolor possa ficar no seu lugar de origem”, declarou.
Luana Carvalho, 39 anos, se apega nos resultados revertidos pelo Bahia para confiar na permanência da equipe na Série A. “Eu acredito porque tem chances ainda e enquanto houver chances não perco minha fé. O Bahia é um time que testa nossos corações, mas que no final de tudo corre atrás do prejuízo. Tem boas chances de passar por esses adversários. Por mais difícil que esteja, o Bahia é um time que nos surpreende positivamente quando mais precisa. Nós torcedores temos aquela coisa de “corre atrás, não tem garra”, mas o Bahia mostra para o torcedor que, se tem chance, o time corre atrás. Estou otimista, sempre sou positiva, estou torcendo para que tudo dê certo. Estou emanando energias positivas para o Esquadrão para sair dessa luta contra o rebaixamento. É um time de raça. O Bahia testa o torcedor. A gente até brinca que não morremos de infarto, porque o Bahia já testou nossos corações. O time já mostrou que pode reverter a situação como já fez algumas vezes. É aquilo. Não podemos perder a fé, tem tudo para ficar e vamos ficar. Bora Bahia Minha P**a!”, justificou a torcedora.
Sem se superstição, tem que ir na fé. Pelo menos no que depender de Rafael Rocha. O jovem de 23 anos, confia e se apega no sentimento existente, que é o amor pelo time do coração. “Só meu amor alimenta minha Fé. Minha paixão por esse clube me faz acreditar em tudo, mesmo quando parece impossível. Vou acreditar em superstição mesmo não sendo supersticioso, vou esperar o “gol de Raudinei” quando o resultado não for favorável. Torcer pelo Bahia é crer que o time é mesmo aquele que ‘nasceu pra vencer’. Mesmo com esse futebol jogado, só o amor para suportar isso tudo”, desabafou Rafael.
Os lapsos de atuações possibilitaram que o Bahia enxergasse uma luz no fim, mas ela se apagou sem precisar que acontecesse um curto-circuito. As fracas apresentações, atreladas ao baixo rendimento da equipe no poder de decisão, puxou o Tricolor para baixo. Se o destino será a Série B, só os jogadores poderão decidir. Foram onze dias de treinamento, restando dois jogos em casa e dois fora, após o Timão, tem o São Paulo (Fonte Nova, 29/11) na Fonte, o já rebaixado América Mineiro (03/12, Independência) e fecha sua participação na Série A contra o Atlético Mineiro (06/12, Fonte Nova). É possível, mas a mudança precisa ser profunda. Se vai acontecer, aí já são outros quinhentos.