A Seleção Brasileira teve um início de Eliminatórias abaixo do esperado e isso para ser leve com as palavras.
Nos cinco primeiros jogos foram 2 vitórias contra Bolívia e Peru, um empate contra a Venezuela e derrotas para o Uruguai e Colômbia. O Brasil ocupa a 5ª colocação na competição continental com 7 pontos ganhos.
O ciclo após a Copa do Mundo de 2022 tem sido confuso no mínimo. Carlo Ancelotti teria chegado a um acordo para dirigir a Seleção, mas só chega em junho de 2024, quando acaba seu contrato com o Real Madrid. Ramon Menezes assumiu interinamente e perdeu para Marrocos e Senegal, então a CBF decidiu contratar provisoriamente Fernando Diniz para agir como interino até a chegada do italiano.
Diniz tem sido apontado há alguns anos como o grande ás do modernismo no futebol brasileiro, seu time joga sem medo, toca a bola sempre curtinho, é avesso aos chutões e sempre tem 65% ou mais de posse de bola, algo que foi popularizado mundialmente por Pep Guardiola e é um livrinho que os entusiastas do “futebol bonito” dizem que todo mundo tem que ler, se identificar e seguir a risca.
A conquista da Libertadores em 2023, mostra que Diniz é sim um grande treinador e que suas ideias podem sim trazer grandes resultados, mas isso requer um devido tempo. Seus trabalhos anteriores mostram isso. No São Paulo, precisou de alguns meses para conseguir impor seu estilo de jogo, assumiu a liderança do Brasileirão, abriu vantagem e no fim acabou com um quarto lugar como consolação. Com o Fluminense, sua primeira passagem em 2019 acabou em nota baixa, em 2023, encontrou uma base mantida e novos jogadores que se encaixavam no que ele entendia.
Trabalhos realizados em Athletico-PR, Santos e Vasco, mostraram muito bem o que acontece quando Diniz precisa resolver os problemas em um espaço curto de tempo a coisa geralmente não anda.
É claro que a Seleção Brasileira dá a Diniz um leque enorme de oportunidades de convocação de jogadores, inclusive alguns que são habituados ao estilo tático de Diniz. Mas o grande problema é que o próprio Diniz sabe que seu trabalho em teoria tem dias contados, isso remete a seus trabalhos em um curto espaço de tempo, onde a taxa de sucesso foi baixa.
Antonio Jacques, Jornalista com MBA em Gestão Esportiva, colunista, repórter e comentarista. Experiência na área de política e em cobertura de eventos esportivos.