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ESPORTE FINO: após a Copa do Mundo e 8ª Bola de Ouro, Messi superou Maradona até no coração dos argentinos

O atacante argentino Lionel Messi viveu nesta segunda-feira (30), o que talvez tenha sido um dos dias mais importantes de sua carreira.

É uma declaração que parece absurda, quando se fala de um dos grandes nomes do futebol mundial no século XXI e que já conquistou tantos e tantos títulos desde que estreou como profissional em 2004, já deixando sua marca pelo Barcelona.

“La Pulga” conquistou sua oitava Bola de Ouro, prêmio entregue pela revista francesa France Football ao Melhor Jogador do Mundo. Com isso, de forma oficial, Messi ultrapassou Pelé e se tornou o jogador que mais vezes conquistou a premiação. O Brasileiro havia recebido 7 bolas de ouro de forma retroativa, pois por muitos anos, apenas jogadores europeus podiam ser escolhidos para conquistar o troféu.

A oitava bola de ouro, também coloca, definitivamente, Messi no panteão dos grandes jogadores da história do futebol e indubitavelmente no posto de maior e melhor jogador argentino da história. Outra declaração que é polêmica, mas já não deveria mais ser.

Na Sombra

Maradona comandou Messi na Copa do Mundo de 2010. Uma sombra que parecia sem fim (Foto: Getty Images)

Quando se fala em futebol e Argentina, o nome de Diego Maradona sempre foi a principal referência. Baixinho, canhonto, rápido, habilidoso, atormentava as defesas adversárias e em seu auge era imparável. Não a toa conquistou o status de “Dios” na Argentina. A conquista da Copa do Mundo em 1986, “jogando sozinho” foi o ápice dessa relação entre o povo argentino e o jogador, que o elevou definitivamente a um status divino no país vizinho.

Messi sempre viveu a sombra de Maradona. Para começo de conversa, deixou a Argentina aos 13 anos e flertou com uma naturalização para jogar na Seleção da Espanha, o que já o fazia ser mal visto por parte da população argentina. Ele também nunca conseguia repetir na Seleção, as grandes atuações do Barcelona, mesmo tendo ao seu lado uma das grandes gerações do futebol argentino, com nomes como Dí Maria, Higuaín, Mascherano, Lavezzi, Aguero e Maxi Rodríguez.

A Argentina bateu na trave nas Copas Américas de 2011, 2015 e 2016, além claro da dolorida derrota na Copa do Mundo de 2014, onde a Celeste teve pelo menos 3 boas chances de gol na Final, antes de acabar com o vice-campeonato. A relação de Messi com a Seleção por pouco não chegou ao fim, quando o atacante pensou em se aposentar da Seleção sem conquistar títulos.

A fagulha

O título da Copa América de 2021 foi o ponto de virada da relação entre Messi e Argentina (Foto: Getty Images)

O quadro começou a mudar no final de 2018, quando Lionel Scaloni assumiu o comando da Seleção Argentina e Messi passou a se mostrar bem mais a vontade com a camisa Celeste e ao mesmo tempo, conseguir trazer aos poucos a População argentina para o seu lado. A conquista da Copa América de 2021 em pleno Maracanã foi o ponto de virada de Messi com o povo argentino, a desconfiança se transformou em gratidão após um jejum de 30 anos sem títulos ser quebrado, mas faltava algo.

A conquista da Copa do Mundo de 1986, talvez fosse o grande motivo de Maradona ter um status de Deus em solo argentino, claro, o meia já era aclamado no país por suas grandes atuações, mas a Copa do Mundo era o tempero que faltava. No caso de Messi não foi diferente, faltava a Copa do Mundo, para não só cair de vez nas graças do povo argentino, mas também para tirar todas as dúvidas sobre seu status de “divindade futebolística”.

O brilho próprio

Messi e a Copa do Mundo. Faltava ela. (Foto: Getty Images)

E a conquista veio aos trancos e barrancos, sofrida, como foi toda a saga de Messi em busca de consolidação na Argentina. A Copa do Mundo de 2022, pode ter tido suas polêmicas, mas está na prateleira da Argentina e na história de Messi. Não faltava mais nada.

Por mais que para alguns seja díficil de admitir, a Copa do Mundo foi a cereja do bolo em uma carreira de grandes conquistas, Messi é o maior vencedor da história do futebol e agora também conquistou assim como Maradona em 1986, o título mais importante do futebol mundial. Os argentinos que antes tinham um certo “ranço” se renderam ao jovem que saiu de Rosário aos 13 anos em busca de um sonho.

A quem é mais tradicional, por mais que doa, é preciso admitir, Messi superou Maradona e está ali junto com os grandes da história do futebol mundial.

Antonio Jacques, Jornalista com MBA em Gestão Esportiva, colunista, repórter e comentarista. Experiência na área de política e em cobertura de eventos esportivos.

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