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Já era quase meia-noite quando a presidente do Instituto Nacional Eleitoral, Guadalupe Taddei, apareceu em rede nacional para confirmar o que as pesquisas de boca de urna indicavam há quatro horas: Claudia Sheinbaum, de 61 anos, a herdeira política de Andrés Manuel López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional será a primeira mulher a presidir o México.
Claudia conseguiu cerca de 60% dos votos, enquanto a senadora Xóchitl Gálvez, da coalizão de oposição que uniu os antigos rivais teve entre 26,6 e 28,6% dos votos. Em terceiro lugar ficou o ex-deputado Jorge Álvarez Máynez (Movimento Cidadão), com algo em torno de 20% dos votos.
Após a divulgação dos resultados, Claudia discursou em um auditório de um hotel no centro da Cidade do México, onde se reuniam também jornalistas e apoiadores. “Não chego sozinha. Chegamos todas, com nossas heroínas que nos deram a pátria, nossas ancestrais, nossas mães, nossas filhas e nossas netas”.
A nova presidente terá como principal desafio a violência dos cartéis de drogas, que marcou as eleições, com pelo menos 34 candidatos ou aspirantes assassinados, segundo levantamento do think tank Laboratório Eleitoral.
Ela propõe o fortalecimento da Guarda Nacional e uma estratégia de largo prazo para evitar que os jovens sejam recrutados pelo crime organizado. A ideia está em linha com a política “Abraços, não balas” de AMLO, que defende combater a violência a partir das suas causas.
Sheinbaum é militante do movimento estudantil na universidade e filha da elite intelectual da capital mexicana e se lançou na carreira politica sempre muito próxima de López Obrador. Além disso, atuou como Secretaria de Meio Ambiente e foi chefe de governo da Cidade do México, além de uma breve passagem como chefe delegacional de Tlalpan. A posse de Claudia está marcada para 1 de outubro, em um mandato de seis anos.