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As pessoas que já contraíram os sorotipos 1 ou 2 da dengue – prevalentes no Brasil– e se infectarem pelo tipo 3 pode desenvolver um quadro grave da doença. O alerta foi feito por especialistas e ganhou força com o ressurgimento deste sorotipo no país após 15 anos desaparecido, sem causar surtos ou epidemias.
“Todo sorotipo novo é preocupante e grave em razão do grande número de infecções secundárias num curto espaço de tempo. A expectativa é sombria”, afirma Kleber Luz, coordenador do Comitê de Arboviroses da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e consultor para arboviroses da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).
O especialista também chamou atenção para a possibilidade de uma epidemia de dengue 3 em 2024. A dengue possui quatro sorotipos. Quando um indivíduo é infectado por um deles adquire imunidade contra aquele vírus, mas ainda fica suscetível aos demais. Existe o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo. É o que pode acontecer com a infecção pelo tipo 3.
O Ministério da Saúde afirmou que tem monitorado as amostras de dengue 3, que neste ano foram detectadas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina e no Distrito Federal. Após investigação epidemiológica verificou-se que eram oriundas de pacientes estrangeiros, provavelmente da Guiana, República Dominicana e Suriname.
Do total de amostras positivas para o vírus da dengue em que foi possível determinar o sorotipo, 90,1% foram identificadas como 1 e 9,7% como 2. O sorotipo 3 representou 0,2% do total. Por enquanto, não houve detecção confirmada do tipo 4 no Brasil neste ano.