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Com o indiciamento por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos (peculato) de Jair Bolsonaro (PL), no caso das joias e fraudes no cartão de vacina para viajar, o Brasil pode ter seu primeiro ex-presidente preso por corrupção. Apesar da situação desagradável para a família e apoiadores, o motim mais óbvio já foi criado nas redes sociais: o de perseguição política, o que até então seria apenas uma forma de ‘minimizar’ as investigações, que só avançam e apertam a corda no pescoço do ex-mandatário, que se mobiliza. Além dele, outros 11 estão envolvidos no caso de venda de artigos de luxo recebidos de presente pelo governo brasileiro.
O fato é que o brasileiro pagou pela eleição de uma personalidade que, apesar de estar inserida na política, tornou-se ‘apolítica’ na prática. Sua eleição se deu após a polarização nacional entre Bolsonaristas x Lulistas, ocasionando mortes e agressões por cunho político. Tudo começou com os esperneios de Aécio Neves, em 2014, quando Dilma Rousseff venceu com percentual apertado.
Na sequência, o golpe arquitetado por Eduardo Cunha (cassado em 2016), a prisão de Lula (em abril de 2018), sem provas, após condenação pelo então juiz Sérgio Moro, que futuramente passou a fazer parte do então governo Bolsonaro, onde ocupou o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública – ele também se revoltou contra o próprio governo que fazia parte.
Esse quebra-cabeça é interessante e dá até para fazer os esquemas no power point: chama Deltan Dallagnol!
Apesar da alta popularidade, Bolsonaro ainda carrega o peso de, se condenado, pegar entre 10 e 32 anos de reclusão, conforme a legislação vigente. Para a Polícia Federal (PF), Bolsonaro e seus aliados “atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente para posteriormente serem vendidos no exterior”.
O nome disso é corrupção e praticada por um ex-Chefe de Estado. No julgamento da sociedade, “bandido bom é bandido…?”. Sabujos, os bolsonaristas reforçaram tanto esse discurso fajuto, mas resta saber se irão manter. Essa questão, inclusive, levanta o questionamento um tanto óbvio: os apoiadores do ex-presidente defenderiam a corrupção para seguir servil ao seu extremista mor?
Estou aguardando mais e mais posicionamentos da claque hipócrita, que deseja que apodreça na cadeia quem rouba um celular, mas quem rouba joias e relógios avaliados em milhões merece perdão. O bolsonarismo é apenas um rato que ruge!
*Neison Cerqueira é jornalista e apaixonado por futebol e política.