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Na Califórnia, nos Estados Unidos, um homem passou 25 anos na prisão por um assassinato que não cometeu e foi libertado por um juiz nesta quinta-feira (9). De acordo com o Associated Press, Miguel Solorio, de 44 anos, foi preso em 1998 por um tiroteio fatal em Whittier, a sudeste de Los Angeles, e acabou sendo condenado a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Juiz no Tribunal Superior, William Ryan, anulou a condenação de Solorio durante uma audiência no tribunal de Los Angeles, à qual o homem assistiu à distância. Os advogados do Projeto Inocência da Califórnia pediram a libertação de Solorio, argumentando que a sua condenação se baseou em práticas incorretas de identificação de testemunhas oculares.
Ainda segundo a imprensa, o processo contra Solorio baseava-se fortemente num método de identificação de um único suspeito que resultou na contaminação da memória das testemunhas ao mostrar repetidamente fotografias da mesma pessoa. Ao todo, quatro testemunhas oculares a quem foi mostrada a sua fotografia não o identificaram como o suspeito, e algumas até apontaram para uma pessoa diferente.
As autoridades, em vez de procurarem outras pistas, continuaram apresentando às testemunhas fotografias de Solorio até que algumas delas acabaram por o identificar, afirmaram os advogados. “Este caso é um exemplo trágico do que acontece quando os agentes da autoridade desenvolvem uma visão na sua perseguição a um suspeito”, referiu Sarah Pace, advogada do Projeto Inocência da Faculdade de Direito da Universidade de Santa Clara.
E completou: “Assim que uma testemunha mencionou o nome de Solorio, os agentes da autoridade concentraram-se apenas nele, ignorando outras provas e possíveis suspeitos, e colocando o seu próprio julgamento sobre a culpa ou inocência acima dos factos”.
A Associated Press disse ainda que Departamento Estadual de Correções e Reabilitação tem agora até cinco dias para processar a libertação de Solorio da Prisão Estadual de Mule Creek, a sudeste de Sacramento.